segunda-feira, 4 de maio de 2009

O jogo e a dança

Jogos de amor são sempre muito complicados. Não gosto da palavra complicado, mas jogos de amor têm muito charme. Muito, até demais! A maravilhosa sensação de gostar de alguém devia, por vezes, ser suficiente para animar nossos dias, pra mim muitas vezes é suficiente, mas qual a graça de jogar sozinho um jogo coletivo?
Eis que o jogo começa e o simples frio na barriga e apertinho no coração dão lugar aos pensamentos curiosos e gestos corporais de conquista, e essa é a melhor parte! A dança muda dos olhares que dizem quase tudo que precisamos saber, infelizmente, quase.
É nesse quase, cheio de dúvidas, que tudo se complica. Seria muito mais fácil dizer e ouvir sim ou não, quero ou não quero, mas não, insistimos num jogo sem regras onde o mais importante é a surpresa, pra não perder a graça, claro!
Não entendo porque a graça tem que ser mais importante do que vencer o jogo. Tudo bem, entender eu até entendo, mas é tão angustiante essa dúvida atormentadora que te faz passar o dia sem saber se o que o olhar te disse era verdade, ou pior, por que as palavras ditas não correspondem com o olhar? Quem foi verdadeiro, o olho ou a boca? Será que é preciso ser verdadeiro? Eu já sei que não é preciso ser preciso até porque a graça é a dúvida.
Ai que confusão! Dizer não pra dizer sim, dar pra tirar, um dia sim outro não e vice e versa e pra tudo um talvez...
E esse tormento continuará até a noite quando por acaso (claro que não seria nessa parte que ficaria fácil!) os jogadores se encontrarem e continuarem a mesma dança muda que depois será quebrada por palavras para enfim quem sabe passar para outro passo.
O próximo passo será com certeza o mais importante e também o de maior surpresa: ele mostrará se é uma dança a dois ou solitária. Pois é, tem hora que a dança muda, muda mesmo! E aí chorar só adianta se for para lavar a alma, porque as músicas são intermináveis, o salão continua cheio, os pares mudam a toda hora, alternando com momentos de euforia individual e a qualquer momento voltaremos a dançar com antigos pares, se eles continuarem no salão, e provavelmente será uma música diferente. Faz parte do jogo.



4 comentários:

Carol Moura disse...

Fora do comum...identificação TOTAL! =****

Anônimo disse...

Adorei!
Confesso que jogo que não tem fim, tb n tem graça, assim como aquele que n tem vencendor. Qual a graça de viver jogando e não ter um resultado?Mesmo sendo umjogo divertido, tem um dia que cansa...Acho que está cansando né?

bjocass

Julli

Maria Joana disse...

na verdade Ju, terá fim quando perder a graça, mas graça tem fim?
hehehe
:***

Anônimo disse...

Tem, pode ser temporária, mas tem!!

Julli

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